Bonds for Ocean Conservation

Os oceanos são essenciais para toda a vida em nosso planeta, inclusive a vida humana. Eles cobrem dois terços da Terra, mas o financiamento para protegê-los continua sendo extremamente baixo.

A triste realidade é que muitos dos ecossistemas marinhos de maior biodiversidade do mundo estão localizados em nações sobrecarregadas por enormes dívidas. Ao mesmo tempo, esses países estão entre os mais vulneráveis às mudanças climáticas.

Essa dívida pesada torna quase impossível para os governos priorizarem a conservação, mesmo quando reconhecem a importância vital de proteger os habitats marinhos. O resultado é um desequilíbrio perigoso: ecossistemas sob crescente pressão das mudanças climáticas, da pesca excessiva e da poluição, mas sem os recursos financeiros para garantir sua proteção a longo prazo.

A conservação desses habitats não é opcional – ela é fundamental para a biodiversidade, a segurança alimentar global e a subsistência de milhões de pessoas que dependem do oceano.

A iniciativa Bonds for Ocean Conservation (Títulos para a conservação dos oceanos), lançada pela Debt for Nature Coalition, está ampliando a proteção de nossos mares. Por meio de iniciativas de troca de dívida que ajudam os países a refinanciar dívidas caras em termos mais favoráveis. As economias que os países fazem são então redirecionadas para projetos de longo prazo de proteção dos oceanos e resiliência climática.

Liderada por seis organizações ambientais globais – Conservation International, The Nature Conservancy, The Pew Charitable Trusts, Re:wild, Wildlife Conservation Society e World Wildlife Fund nos EUA – a iniciativa é simples, mas transformadora. Ao aliviar os encargos da dívida, os países podem liberar recursos significativos para a conservação, sem sacrificar sua estabilidade econômica.

Os resultados já são visíveis. Nas Ilhas Galápagos, um acordo de conversão de dívidas, apoiado pelo Pew Bertarelli Ocean Legacy e outros parceiros, economizou mais de US$ 1 bilhão para o Equador e canalizou US$ 450 milhões diretamente para a conservação marinha. Esse progresso gerou novos compromissos para melhorar o gerenciamento da pesca e a criação da Reserva Marinha Hermandad, de 6 milhões de hectares, que abriga tartarugas marinhas, golfinhos, tubarões e outras espécies ameaçadas de extinção.

A proteção de áreas marinhas nessa escala gera enormes efeitos em cascata de uma biodiversidade saudável, que, por sua vez, apoia os estoques de peixes, os meios de subsistência e as fontes vitais de alimentos em todo o mundo.

Até o momento, os membros da Coalizão desbloquearam mais de US$ 1,4 bilhão em financiamento que apoia a conservação de quase 3 milhões de quilômetros quadrados dos melhores e mais vulneráveis ecossistemas da natureza. Projetos de conversão de dívidas foram implementados com sucesso pela Coalizão em Seychelles (2016), Belize (2021), Barbados (2022), Gabão (2023), Galápagos (2023), Bahamas (2024) e Amazônia equatoriana (2024).

Até 2030, a Coalizão pretende dobrar o impacto dos Bonds for Ocean Conservation, liberando mais de US$ 3 bilhões em financiamento para conservação e ação climática em todo o mundo. Esse é o financiamento que alimenta o progresso real, é uma onda imparável de proteção para nossos oceanos.