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Proteger e
Restaurar a Natureza
2024 Finalista

Aliança das Nascentes Sagradas da Amazônia

Área de impacto:

A Aliança das Nascentes Sagradas da Amazônia (ASHA) reúne nações indígenas para proteger 86 milhões de acres de florestas para suas comunidades e para defender uma bioeconomia regenerativa.

O desafio

Mais de 80% do ecossistema da Amazônia está ameaçado pela exploração madeireira, mineração, perfuração de petróleo e apropriação de terras para agricultura e atividades ilegais. Essas atividades não apenas colocam em risco o meio ambiente, mas também ameaçam os direitos à terra dos povos indígenas. As empresas petrolíferas e madeireiras continuam a pressionar as comunidades indígenas para que desistam de suas terras ancestrais. No Peru, os direitos indígenas à terra não são oficialmente reconhecidos e, mesmo no Equador, onde algumas terras são legalmente protegidas, é necessária uma vigilância constante para evitar a exploração ilegal.

Uyunkar Domingo Peas Nampichkai, um dos principais membros fundadores da Aliança para os Povos Indígenas da Amazônia (ASHA), enfatiza a urgência da situação: “Para os povos indígenas, está claro que, se a floresta for destruída, a humanidade estará em um ponto sem retorno.”

Sua solução e impacto

Desde sua fundação em 2017, a Aliança cresceu e passou a incluir 28 organizações membros, 25 das quais são grupos indígenas do Equador e do Peru. Juntos, eles formam a maior iniciativa de conservação liderada por indígenas do mundo, trabalhando coletivamente para proteger a Amazônia. Esse modelo colaborativo reúne diversas perspectivas e oferece uma estrutura replicável para a conservação global, combinando proteção ambiental com sabedoria indígena e ação unificada.

Uyunkar Domingo Peas Nampichkai, um líder Achuar do Equador, tem décadas de experiência na organização de alianças indígenas. Ele acredita que as melhores soluções vêm da combinação dos esforços de comunidades indígenas e não indígenas para o benefício de todos. A defesa de direitos desempenha um papel fundamental na superação da resistência dos proprietários de terras e das comunidades e na mudança das perspectivas do governo e do público. Essa abordagem foi fundamental no referendo de 2023 no Equador, onde os eleitores optaram por “manter o petróleo no solo” no Parque Nacional Yasuni, impedindo a extração de cerca de 1,67 bilhão de barris de petróleo bruto.

A Aliança também se concentra no reflorestamento e na restauração, com programas estratégicos que incluem monitoramento e governança territorial, segurança alimentar, meios de subsistência sustentáveis, saúde e educação interculturais e energia renovável.

O futuro

A ASHA prevê a transição da Amazônia de uma economia extrativista para uma bioeconomia regenerativa. Essa visão está delineada em seu “Plano Biorregional 2030”, que oferece caminhos para melhorar os meios de subsistência, proteger os direitos coletivos à terra e fortalecer a governança territorial indígena. O plano também tem como objetivo conservar a biodiversidade, aumentar a resiliência ecológica e abordar questões importantes como educação, saúde, transporte, segurança alimentar e acesso à energia limpa.

“É nesse ponto que acreditamos que o Prêmio Earthshot pode nos ajudar a decolar”, diz Uyunkar Domingo Peas Nampichkai. O financiamento daria suporte às operações cotidianas e forneceria assistência especializada, como o trabalho com economistas para melhorar as cadeias de valor.

Como parte de sua visão mais ampla, a Aliança fundou a La Escuela Viva de la Amazonia (EVA) ou a Escola Viva da Amazônia. A EVA capacita a próxima geração com o conhecimento e as habilidades de liderança necessárias para enfrentar os desafios da região. Os formandos recebem certificação em governança, direitos humanos e conhecimento ancestral, sendo que alguns dos primeiros 30 formandos já exercem funções de liderança em nível local e regional. Mais de 40 novos alunos bolsistas estão atualmente matriculados no programa deste ano.

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